Araras vazias e os hits da noite: vestido de seda, casaqueto de paetês, camisa rose e mantô cinza.
A onda de parcerias entre estilistas e lojas de fast fashion já conquistou o Brasil, e não é de hoje. Mesmo assim, toda aquela ansiedade pré-lançamento, as filas nas portas montadas nas madrugadas e até a distribuição de pulseiras que calculam o tempo de permanência na loja, para que haja rodízio de clientes, ainda são exclusivas dos Estados Unidos e Europa. Bem, talvez por pouco tempo.
Na noite de quarta-feira (16.03), a C&A realizou uma venda antecipada, para imprensa e convidados, da coleção de Stella McCartney. Foi um ótimo termômetro de qualidade. Resultado: vai vender, e com direito a correria, briga por peças e emoções que tais.
A concentração de blogueiras, it-girls e jornalistas de moda em frente à porta da loja do shopping Iguatemi começou às 22h30, meia hora antes do inusitado horário marcado. Em vez de senhas e fila, champanhe era servido para a turma de moças, muitas delas munidas de seus Louboutins salto 15 e bolsas Chanel.
O glamour terminou aí. Assim que as portas abriram, o esquema foi o clássico corre-corre de uma típica liquidação dos grandes magazines, uma cultura americana e, até então, absolutamente desconhecida por aqui. A primeira arara esvaziou em exatos cinco minutos.
Mas tudo bem, graças à reposição eficiente das estoquistas, candidatas a melhores amigas – claro, se conseguissem o feito de encontrar o número exato do mantô de lã (uma das peças mais concorridas, por R$ 379), do vestidinho de seda (R$ 189), ou mesmo da peça mais cara, o casaqueto de paetês (R$ 499), que fez o maior sucesso.
Passada a primeira parte do tumulto, que rendeu até compotinhas de cerâmica e taças quebradas, a batalha mudou de campo. No provador, a fila enorme (ninguém se arriscou a entrar na cabine com menos de sete itens na mão) tirou a paciência das ansiosas fashionistas, que dispensaram as cortinas e começaram a experimentar tudo ali na ante sala, com direito a conselhos e opiniões de amigas e estranhas. Tiveram que abrir o provador do andar de cima, mas ninguém se mexeu: aqui estamos, aqui ficamos.
Enquanto as mulheres batalhavam pelos poucos jeans skinny justíssimos que são a cara dos da marca de Stella, limpando o estoque de arara em arara, na entrada da loja havia um estacionamento de maridos, que aguardavam pacientemente.
No caixa, mais fila. Sorte que escalaram funcionários ágeis, que passavam a jato a média de cinco peças por pessoa, todas embaladas em seda dentro da sacola marfim com o logo da Stella e da C&A. Passava de 0h30, horário marcado para encerrar a brincadeira, e as máquinas registradoras ainda trabalhavam a todo vapor. Pelas contas da loja, cerca de 250 pessoas passaram por lá.
Pela amostra da noite, o lançamento oficial, no próximo dia 23, não vai deixar a dever aos lá de fora. Prepare-se.
