Mais uma temporada, mais um desfile-festa da Cavalera. Desta vez, a grife pop armou uma longuíssima passarela na Estação da Luz, no centro de São Paulo, para mostrar seu inverno 2012. Os convidados foram recebidos por uma banda de jazz e animadas drag queens vestidas em longos de paetê. E não é que foi esta dualidade – o (glamouroso?) mundo da moda tão perto de uma região que luta contra a degradação – que pautou a coleção? “Olhamos para a metrópole, tão viva e pulsante, e levamos essa intensidade para as peças”, diz o estilista Igor de Barros, que assina a direção criativa ao lado de Fabiano Grassi e Caroline Molleri. Por isso, os looks têm uma certa vibração de “muita coisa acontecendo ao mesmo tempo”. Sobreposições, mix de tecidos (em uma das peças há mais de seis tipos misturados), muitos bordados e brilhos e contraste de materiais (a leveza e transparência do tule ao lado do pesado couro, por exemplo). Tudo isso, sem perder a essência urbana da marca com os tecidos que seus clientes gostam – algodão, jeans e moletom.
Jefferson Kuling
Foi da interação entre a natureza e a cidade que nasceu a inspiração do desfile de inverno 2012 do estilista Jefferson Kulig. “Pensei na ideia de campos urbanos, o que ocorreria se tivéssemos um campo dentro da cidade”, explicou o curitibano no backstage de sua apresentação. Procurando aliar tecnologia a uma moda mais romântica e esportiva, o designer apostou em peças de formas retas e cortes arredondados, com transparências estratégicas e muito mix de materiais. Organza, musseline e tafetá se misturaram a tecidos tecnológicos, como o TK, formando looks ricos em texturas. Os vestidos lembravam sobreposições de camisetas e as camisas ganharam detalhes resinados, dando graça à produção. Flores vazadas confeccionadas em sete materiais diferentes – entre eles tela metálica e trama de aço – adornaram roupas e acessórios. “É como se as modelos tivessem corrido pelo campo e as flores ficassem grudadas nas sandálias”, contou. Na cartela de cores, tons neutros como branco, preto e cáqui ganharam pinceladas de rosa e salmão.
FH por Fause Haten
O tropicalismo, uma das principais tendências do verão 2012, segue firme e forte no inverno da FH por Fause Haten. Na passarela, uma série de looks com estampas de folhagem e flores. “Para esta coleção, fiquei com uma imagem do Havaí na cabeça”, conta o estilista. A referência pode ser traduzida não só nas estampas, mas também nos shapes de algumas peças, como nas saias longas que surgiram amarradas como se fossem saídas de praia. Estolas de pele fizeram as vezes de um colar havaiano e as transparências deixaram os looks ainda mais fresh e surgiram na companhia de bordados com paetês, plaquinhas de metal e miçangas. Aplicações de rendas e flores feitas por meio do rolotê apareceram em vários vestidos. O corselete também teve sua importância na coleção. Na cartela de cores: fúcsia, verde-folha, preto e dourado.
Juliana Jabour
Que bom ver Juliana Jabour de volta ao line-up do SPFW. A estilista – que teve um ótimo ano comercial ao firmar parcerias com Riachuelo e Shoestock – pôde mostrar o que veio aprontando durante este break da semana de moda. Seu inverno 2012 foi inspirado no road movie Viagem a Darjeeling (2007), de Wes Anderson, cujo enredo é sobre a viagem de três irmãos à Índia. O resultado é pouco caricato e muito desejável. Do filme, vieram a cartela de cores – açafrão, aveia, papaya, magenta, cinza, preto, roxo – e referências do mobiliário, visto em tricôs de pontos largos, jacquard metalizado, tweed rústico com lurex, brocado e linho desfiado a mão. O shape evoca os anos 1920 (cintura derrubada, uma das marcas da estilista) e 1960 (vestido trapézio, maxibotões). Bem chic e naïve, como diz um dos bordados das peças. Nos pés, outra parceria com a Shoestock: dois modelos de botinha com salto interno que lembram o hit de Isabel Marant. Gostou? Juliana manda avisar que chega às lojas em março.
Colcci
Com uma proeminente barriguinha, a modelo Alessandra Ambrósio abriu o esperado desfile da Colcci na noite deste domingo, 22 de janeiro. O grande burburinho, mais uma vez, aconteceu por conta da presença do garoto-propaganda da marca, o ator Ashton Kutcher. Deixando de lado o espetáculo e focando nas roupas, o que se viu foi uma evolução gradual da grife, que vem aprimorando seu estilo desde a última coleção. Na passarela, surgiram peças mais elaboradas, mas ainda assim com boas chances de agradar o fiel consumidor Colcci. “Sentimos uma necessidade de oferecer saias. Estamos apostamos na saia-lápis como a peça-chave da temporada”, explicou a estilista Adriana Zucco. Vestidos acinturados de lã ganharam detalhes em couro e os casacos militares 7/8 vieram repletos de botões e medalhas bordadas nos ombros. Os casacos pesados foram suavizados pelos shorts curtos de couro, com textura em alto-relevo, feitas com tachas prensadas. O plissado deu mais graça às saias mídi feitas de denim ou couro, mas foi o tricô que mais chamou atenção. Rústicos e com cara de artesanal, as tramas coloriram camisas, tops cropped e até uma calça skinny. O tema da coleção, Orient Express, só era identificado na cartela de cores, composta essencialmente por tons de amarelo combinados ao camelo, roxo, vermelho e verde bandeira.
@jullyangarcia
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